Retorno num turbilhão de pensamento fantasia...
Encanto, manto de proteção e mágica nostalgia.
Outrora no peito acariciava e repelia em contradição;
Com dúvidas e incertezas ou meras desilusões,
Pela catástrofe criada pelo próprio coração.
O coração não se cala, não pára num cantinho;
Nem quer andar sozinho pelo caminho da vida.
É exigente, equivocado busca perfeição constante.
Há momento que amplia o amor, mas reduz naturalmente;
O brilho no olhar ou desvia a atenção para outro foco.
Ou não dá o devido valor a esse sentimento que embora,
Forte há momentos de tênue fragilidade e fica por um fio.
Qualquer momento pode romper, o quente fica gelado;
O coração magoado e a mente afastada.
Desligado sente confuso e angustiado.
Mas o amor continua ali camuflado
Dando a impressão de morto.
Mas vem a chuva de verão,
E a semente brota no coração,
E quando chega a primavera, florida e perfumada
A paixão volta mais forte e impetuosa!
Abrem no jardim: rosas hortênsias e margaridas.
Brincam no gramado e fazem piruetas,
As cotovias os pardais e as borboletas.
Brindam com as asas a magia da primavera.
As flores são as taças e os raios do sol.
São tapetes cintilantes enfeitados com as pétalas caídas
Como o som de harpas e pianos.
São dos pássaros seus cantos
Conquistando a farta e colorida,
Aventura de amar e ser feliz!
E é capaz de transformar o universo.
A humana natureza.
A vida amadurece e frutifica,
A semente sensibilizada.
Das virtudes a mais linda!
O amor que brota na primavera.
Acordou viçoso na estação mais bela.

Hortência Lopes